Se és capaz de olhar para dentro e ver além do espelho,
Desviar o foco de ti, sem perder o teu ensejo,
E se em cada alma ao redor encontrares um irmão,
Mesmo que o teu orgulho tente roubar tua razão;
Se és capaz de ouvir a voz que grita em teu peito,
Mas dar espaço ao outro, com um coração aberto e refeito;
Se dominas o impulso de ser o centro de tudo,
E no silêncio da escuta, te tornas um porto seguro;
Se em meio ao caos da vida manténs a empatia viva,
E mesmo nas lutas mais árduas, a compaixão ativa;
Se és capaz de dar amor, sem exigir a retribuição,
E oferecer teu ombro firme, sem precisar da gratidão;
Se compreendes que o mundo não gira em torno de ti,
E, ao perceber o outro, também te encontras ali,
Se és capaz de amar sem medida, sem tentar aprisionar,
E deixar o vento da liberdade nas relações soprar;
Então, ó Gabriel, de asas de luz e humildade imensa,
Serás o mensageiro que guia a alma suspensa,
Pois curarás o egocentrismo com a chama da comunhão,
E construirás pontes de afeto, sem exigir submissão.
Se és capaz de abraçar o mundo, sem perder a tua paz,
Guiarás corações perdidos, com teu espírito audaz;
E na cura do ego, encontrarás o que é divino,
Serás para sempre Arcanjo, guardião do destino.