Silêncio profundo, sem fim nem medida,
Onde a alma se perde, de noite e de dia,
Agnes caminha, sua sombra erguida,
No espaço vazio que ecoa e se esvazia.
O som que se perde nas ondas do vento,
A quietude sufoca, mas não traz alento,
Dentro da mente, um tormento lento,
Onde o silêncio é um grito, um firmamento.
Agnes, que sempre buscou a calma,
Agora sente o vazio em sua alma,
Onde o mundo era melodia e trama,
Agora é apenas o peso que desarma.
O Distúrbio do Silêncio, uma dor que invade,
Quando a mente grita e a voz não sai,
Como se o universo todo, com saudade,
Fosse engolido pela ausência que cai.
Ela olha ao redor e não vê mais cores,
O mundo gira em espirais de terrores,
E as palavras se perdem, como rumores,
Tão distantes, tão frias, sem os seus sabores.
Os dias são longos, mas não há tempo,
O relógio não conta, não marca movimento,
O silêncio é o grito de um lamento,
Que ecoa por dentro, sem firmamento.
E Agnes se pergunta: quem sou eu, afinal?
Se em meu peito habita o abismo, o mal,
Será que a palavra ainda tem algo de real?
Ou será que o silêncio é meu sinal?
O Distúrbio se revela, é o quebrar da paz,
A ausência de tudo, onde tudo se desfaz,
Onde o ser é parte de algo que jaz,
E a mente, como eco, clama atrás.
Mas, no fundo, ela sente a força do grito,
E o silêncio, na verdade, é apenas um rito,
Uma transição entre o infinito e o finito,
Onde o ser se reinventa, se encontra, e se agita.
Agnes, perdida nesse caos que a envolve,
Busca uma saída, mas a mente resolve
Que talvez o silêncio seja o que a absolve,
E que no fundo, ele apenas a devolve.
Uma força invisível que a empurra pra frente,
Mas o peso do nada é mais forte e presente,
E o Distúrbio do Silêncio, em sua mente,
É um paradoxo que, cruel, se sente.
Dentro dela, uma batalha entre o som e o nada,
Entre o ser e o seu ser que é uma estrada,
Onde o silêncio grita e a voz é calada,
E ela se perde, na busca desesperada.
Mas Agnes resiste, com olhos fechados,
Enquanto o Distúrbio ecoa, ensurdecedor,
Ela percebe que os ruídos são calados,
Por algo mais forte: o medo do amor.
Será que o silêncio é um reflexo de dor?
Ou talvez, um espaço onde tudo se faz cor?
Onde as palavras não são mais o seu ardor,
E o Distúrbio se dissolve, criando seu fulgor?
No silêncio, ela se encontra e se perde,
É a busca incessante que nunca cede,
Onde o som e o nada, de mãos entrelaçadas,
Mostram os caminhos de suas jornadas.
Cada passo é um eco dentro da mente,
Cada suspiro, uma chama que se sente,
Mas Agnes, agora, entende lentamente,
Que o Distúrbio do Silêncio é a voz do que é ausente.
Ele é o espelho daquilo que ela não vê,
O reflexo da alma, o que ela não é,
Mas, ao se perder, ela aprende a crer,
Que o silêncio é uma chave que vai renascer.
E Agnes, com o Distúrbio no peito a pulsar,
Sabe que o silêncio não vai mais sufocar,
Mas sim, libertar, ensinar a amar,
Pois é no vazio que se aprende a estar.
O Distúrbio não é mais o que a domina,
É a luz que brilha onde antes não se via,
Agnes sorri, agora entendendo a sina,
Que o silêncio, no fim, é sua melodia.
Não há mais medo, não há mais angústia,
O Distúrbio do Silêncio foi a sua construção,
Agora é paz, agora é busca,
Onde ela encontra, finalmente, o coração.
O silêncio que grita não mais a amedronta,
Mas a convida a dançar, a ser livre, a ser junta,
Pois no Distúrbio do Silêncio, tudo se junta,
E Agnes, enfim, tem sua voz e sua força intacta