Nos dias em que o céu resplandecia em tons dourados e o tempo parecia parar entre as nuvens, o Arcanjo Gabriel foi convocado não para anunciar revelações divinas, mas para cumprir uma missão singular: fotografar a guerreira nórdica selvagem que vagava pelas planícies e monumentos da Capital do Poder, a cidade onde os homens moldam leis e os deuses observam em silêncio — Brasília.
A ordem veio direta do Trono:
"Gabriel, tu que anuncias o verbo e revelas mistérios, agora irás captar a imagem. Há uma força bruta que caminha entre os homens — uma guerreira nórdica que carrega nos olhos o inverno e no peito o trovão. Registra-a, pois sua jornada deverá ser lembrada."
Gabriel, com suas asas de luz e olhos que já viram o nascimento de estrelas, desceu à Terra portando não uma espada, mas uma câmera celeste, forjada pelos artesãos de luz de Orion. Ela não tirava fotos — ela captava a alma dos instantes.
O Encontro
Ao chegar à Capital do Poder, Gabriel sobrevoou a Esplanada dos Ministérios, o Congresso — com suas cúpulas que pareciam cápsulas do futuro — e pousou suavemente diante do Palácio da Alvorada, onde a alvorada da guerreira havia começado naquela manhã.
Ela estava lá, imponente. Alta, de cabelos trançados como serpentes de gelo, vestida com couro rústico e marcas de batalhas pintadas no rosto. Ela se chamava Sigrid, a filha dos fiordes. Seus passos ecoavam pelos corredores da cidade modernista como tambores de guerra ancestrais.
Mas ela não empunhava machado. Sua arma agora era o conhecimento financeiro e a sabedoria estoica. Ela caminhava entre as pedras do poder, ensinando a homens e mulheres o valor da coragem, do silêncio e do planejamento — virtudes forjadas nas runas e lapidadas pela filosofia.
A Fotografia Impossível
Gabriel seguiu-a por entre as curvas de Niemeyer, pelas sombras da Catedral, onde a luz cortava o concreto como se fosse lâmina. Cada clique da câmera era um portal: ela refletida contra o céu de Brasília, seus olhos fixos no horizonte, como se ali visse não o futuro, mas o dever.
Mas havia um desafio: Sigrid não podia ser captada de forma comum. Sua imagem se movia como névoa, sua energia era mutável. Apenas quando ela parava para ensinar, para ouvir, ou para inspirar — ali sim, sua essência se fixava.
Foi então, diante do espelho d’água do Congresso, que Gabriel viu. Ela, em silêncio, com o Sol se pondo atrás. A guerreira e a cidade — o mito e a civilização. Era a imagem. E ao captá-la, o céu tremeu levemente, como se um novo capítulo da história humana tivesse sido escrito.
A Partida
Missão cumprida, Gabriel não voltou logo. Ele permaneceu mais um instante, admirando a obra do Criador na força daquela mulher. A guerreira que trocou a espada pela palavra, o campo de batalha pela cidade.
E antes de alçar voo, sussurrou ao vento:
"A luz dela não precisa ser anunciada. Ela própria é o anúncio."
Se quiser, posso adaptar essa história para carrossel de Instagram, áudio com narração ép